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  • Foto do escritorValdemir Pires

A Escola de Governo funciona! Viva a Escola de Governo!



As Escolas de Governo municipais não são muitas no Brasil, embora o número delas esteja crescendo. Além disso, das que existem, poucas são levadas a sério, seja pelo governante, seja pelo funcionalismo; outras foram criadas por um governo e abandonada pelo seguinte, penduradas no organograma à toa.


O esforço para avaliar Escolas de Governo levou ao desenvolvimento de indicadores sofisticados e à identificação de varáveis complexas, mas a eles escapa o essencial: as marcas que uma boa Escola deixa na – chamemos assim – “alma institucional”.

Quando uma Escola de Governo funciona, a “alma institucional” dos órgãos e entes da administração pública direta e indireta se revela viva e vivaz, atenta, operante, inquieta, insatisfeita com tudo que é mal feito ou que deixa de ser feito, quando deveria; o jogo de empurra-empurra perde impulso.


Por que isso acontece? Porque se notam as mudanças de comportamento e de atitudes nas almas dos agentes públicos individuais (as quais, no conjunto potencializado pela junção, resultam na “alma institucional”).


Primeiro. O funcionário público se descobre como o elo fundamental que é na sequência de elementos da transformação social; percebe que a “máquina pública” patina, emperra, sem a sua nobre contribuição, que precisa, portanto, ser qualificada. Na medida em que a formação de natureza comportamental (pela qual a Escola de Governo também tem que zelar) avança, esse novo ethos ganha corpo, desestimulando comportamentos estratégicos estritamente egoístas, do tipo “pouco esforço, o máximo de benefícios e privilégios” (o velho corporativismo, em outras palavras).


Segundo. Dar-se valor e, a partir disso, exigir respeito (inclusive no âmbito salarial), pela contribuição em constante aperfeiçoamento que oferece à missão, aos objetivos e às metas da administração local, que impactam na realidade  municipal, passa a ser uma atitude crescente ente os servidores, marginalizando os costumeiros arrivistas que ganham espaço em governos  desqualificados. Isso é produto da formação institucional, que leva a que os indivíduos se sintam bem por serem úteis onde atuam, querendo atuar com competência e zelo na busca de objetivos que vão além de seu interesse estritamente pessoal.


Terceiro. Como qualquer pessoa digna, o servidor público gosta de agir e fazer tudo de modo resolutivo, no seu cargo ou emprego; gosta de sentir que faz diferença o seu trabalho, no enfrentamento dos problemas.  Para isso precisa contribuir a Escola de Governo, disseminando conhecimentos avançados, coerentes com as novas tecnologias: formação gerencial e treinamentos operacionais.


Quarto, e o mais bonito de tudo. O encantamento pelo conhecimento. Uma boa Escola de Governo faz “brilhar os olhos” do seu público alvo. “Eureka!”, ouve-se a todo tempo: “Então é isso!”, “Olha, assim é que se faz!”, “Caramba, não é tão difícil desse modo!”, “Agora vai, essa é a ferramenta certa!”. Não raro brota um walpoliano “Serendipity!”, e não é fruto somente de acaso. Passa-se a ouvir duplas ou pequenos grupos pelos corredores discutindo - discordando e concordando --, mas sempre com argumentos embasados, fruto dos novos aprendizados. A Prefeitura se torna um prazeroso ambiente de aprendizagem colaborativa. Mais um pouco e “alunos” passam a ser, também eles, professores, multiplicadores.


Onde isso se verifica, ou começa a dar o ar da graça, pode-se ter certeza: a Escola de Governo está funcionando. E certamente não é obra deste ou daquele, mas de muita gente de valor, nos mais diversos pontos da administração pública. E, que não se esqueça: não há espaço para este fenômeno sob um governo que não seja honesto e comprometido com a sociedade que o elegeu.

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