Nascemos, vivemos e morremos.
Enquanto vivemos, inventamos, criamos e destruímos, transformando o mundo e a nós mesmos.
Sempre amando e odiando, perdendo e ganhando, trocando e negociando.
E contamos o que temos feito e com que sonhamos, por meio de escritos e guardados.
E cantamos, dançamos, recitamos, encenamos, pintamos, esculpimos, adornamos, enfeitamos; oramos.
E refletimos sobre isso e sobre o sentido disso tudo, que jamais encontramos, enquanto descobrimos que nascemos, vivemos (comendo, bebendo, dormindo e procriando) e, finalmente, morremos, todos, sobre um efêmero grão de areia que gira no vazio incomensurável e inexplicável.
De tudo e do pouco que somos, o que mais nos define é o mistério, este escuro manto que nos impede de ver o depois da nossa vida e o antes de ela se tornar uma possibilidade.
O enigma é o nosso emblema, manejado com palavras tateantes, como estas, aqui rabiscadas, em balbucio.
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