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Pó de estrela

Foto do escritor: Valdemir PiresValdemir Pires

Se digo meu nome, digo que sou Miguel Arruda, filho de Maria Bernardes, que escolheu meu prenome dez meses depois de, no cartório, ter alienado o sobrenome dela para Leonel Arruda, meu falecido pai. Se digo meu nome, não digo quem sou, mas como me chamam. Eu não sou o meu nome. Aliás, fosse eu a escolhê-lo, seria Euclides. Isso hoje, quando tenho quarenta e sete anos. Já tive preferência por Roberto (um tio querido) na infância e William (um ator de cinema) na adolescência. Não me lembro de outros, que devem ter existido. Mas com certeza não sou o meu nome, nem seria se o tivesse escolhido.


Para os outros, sou apenas uma lembrança, antiga ou recente. Minha mãe ainda me trata como seu menino, o que às vezes me causa constrangimento. Tive inimigos que me tomam como tal, por variados motivos, e o farão até o fim dos tempos, ainda que a razão da discórdia tenha desaparecido totalmente. Meus amigos e amigas – a meia dúzia que acumulei, nisso não me diferenciando de todo mundo – cada um me tem por aquilo que fui quando o encontrei, com poucas e vagas mutações ao longo do tempo, no caso daqueles com quem mantive convivência mais longa. Quem quer que seja chamado a dizer a respeito de quando me conheceu ou encontrou, pintará um quadro que o tempo desbotou, mudou de cor ou teve suas formas alteradas, caso não tenha sido totalmente substituído por outro. De fato, ninguém me conhece. Alguém pode até ter conhecido quem um dia eu fui –  quem eu fui. Meu passado não me define, as lembranças que possam ter de mim não correspondem ao que eu hoje sou.


Eu mesmo, conheço de mim apenas o meu passado e o meu presente, até o momento em que estou aqui, pensando e rabiscando estas palavras. Quanto ao passado, uma parte me foge, pois dos meus primeiros anos só sei o que me contaram ou contam.  Sequer mamãe e papai me dão, daquela minha fase sem memória própria, versões totalmente concordantes. Tendo a acolher o que relata minha mãe, mais presente que meu pai na minha primeira infância, posto que não trabalhava fora para cuidar de mim, até os cinco anos. Mas estou certo de que uma coisa ou outra ela fantasia para me mimar ou, algumas vezes, deixa sua narrativa ser contaminada por uma dose de rancor a meu pai, por ter sido ausente ou, no mínimo, negligente na criação do filho.


Minha irmã, três anos mais nova que eu, mora em Seul. Ontem ela me enviou uma mensagem perguntando minha data de nascimento. (Como pode ter esquecido? Eu sei a dela: 19/09/1979). Pede que diga também a hora, se eu conseguir esta informação. (Sei que vim ao mundo às 7:35 de um dia ensolarado e friozinho do mês de junho.) Diz que vai encomendar meu mapa astral para uma especialista que fez o dela e o do marido e resultaram em retratos perfeitos. Quem sabe isso não me ajuda a saber quem sou, para além de meu nome e daquilo que os outros acham que eu sou?


Sim, os outros pensam saber quem eu sou. Se alguém perguntar ao meu amigo Maurílio, que me acompanha desde os anos iniciais do ensino básico até sua mudança para o Uruguai há cinco anos, ele dirá que sou gente boa: estudioso, profissional competente, amigo de todas as horas, bom filho, avesso a badalações sociais, às vezes meio teimoso etc. Eu já o ouvi falar de mim para outras pessoas, tanto notando minha presença quanto não percebendo que eu o ouvia. Ele tem por mim – como eu por ele – elevado apreço. E isso contamina a sua descrição, claro. Eu próprio a remendaria aqui e ali, para melhor e para pior. Isso quer dizer que eu não sou o que ele diz. Mas considerando o que ele diz, eu não sou o que eu mesmo diria de mim. Coisa curiosa: eu sou o que acho que sou ou sou o que Maurílio (ou outra pessoa qualquer) acha que sou? Ou sou, ainda, um pouco do que vejo e digo e um pouco do que veem e dizem a meu respeito? Raios! O que sou? Quem sou, afinal?


Vamos dizer que Cléa, minha irmã tenha razão: o mapa astral que me enviará será de mim um retrato perfeito. Será ele também tão esclarecedor para outra pessoa que tenha nascido no mesmo dia e horário que eu, porém nos Emirados Árabes? Isso não parece digno de fé. Existiria então alguém tão parecido comigo, modificado apenas pelas circunstâncias de sua vida, em outro lugar, com outras pessoas? Definitivamente, vou considerar o presente de minha irmã apenas uma brincadeira. Que essa confiança na astrologia fique confinada à história das crendices, sem que se repitam os enganos que cometeram os babilônios.


Por falar em superstição, será que devo considerar que aquilo que sou tem a ver com minha alma? Existe alma? O que é isso? Considerar que existe não parece que me ajudará na busca de quem sou. Se só com o corpo já estou me confundindo, acrescentar algo que não sei o que é nem posso ver não facilitará a elucidação do mistério. Havendo corpo e também alma, como saber se sou um corpo que tem uma alma ou uma alma que tem um corpo? Sim, porque dependendo de qual seja o caso, minha essência estará aqui ou ali, além de ser de natureza distinta, conforme seja física ou metafísica. Como complicador adicional, os que dizem haver uma alma, afirmam ser ela imortal, ao contrário do corpo. Daí eu terei que procurar entender não apenas o que sou e logo deixarei de ser, para tentar compreender um troço que existirá eternamente – isso é bem mais difícil.


O corpo que sou, posso ver, todos podem, o meu e os seus – não há como negar: sou um corpo. Não tenho um corpo: sou um. Se eu tivesse um corpo, quem seria seu proprietário? A minha alma? Mas se a alma é minha, como posso eu pertencer a ela? Vá lá: que apesar do imbróglio todo que isso significa, eu seja uma conjunção de corpo e alma; e que ao contrário do que acham os que têm fé na vida após a morte, também a alma desapareça quando isso acontecer com o corpo – ainda assim, persiste o mistério: quem sou eu, este feliz proprietário de um corpo e de uma alma?


Certa vez namorei uma garota que se dizia espírita. Era dessas pessoas dadas a um ecletismo que combina uma versão popular de Kardeck com um zen-budismo de feira hippie, à sombra de um catolicismo de conveniência, em que Deus aceita ou exige trocas com seus fiéis. Isso resultava num comportamento bem típico. Era vegetariana, ia à missa aos domingos; visitava regularmente um asilo de velhinhos para distribuir abraços, sucos e bolinhos artesanais feitos por ela com notório carinho; buscava a felicidade como quem deseja atingir o Nirvana, mas querendo carregar consigo todos os infelizes que pudesse alcançar. Dessa contraditória busca quotidiana, resultava estar ela sempre perdida. No fim das contas, não sei se fui eu que a perdi, ou o contrário. Talvez eu seja muito mal... Mas pode ser que Estela estivesse (ainda está?) querendo ser boa demais, num nível inalcançável para o comum dos mortais, algo incompatível com um relacionamento amoroso que a requisitava somente como gente normal: boa e má, em combinações variáveis no tempo e nos diferentes lugares, conforme as circunstâncias e o teor e importância dos numerosos relacionamentos ao longo da vida.


A lembrança de Estela – sua doçura, suas crises, sua persistência de Jó – contraposta à personalidade de meu vizinho Arrigo – utilitarista, altamente individualista prepotente –, que ontem lavou a calçada de sua casa e empurrou as folhas para o meio da rua, o vento trazendo-as para a beira da minha sarjeta, faz ver que há pessoas dos mais variados tipos por aí, sendo inevitável encontrá-las e com elas estabelecer (ou suportar) algum tipo de relacionamento, sempre complexo. Penso, agora, no quanto Estela, Arrigo, meus pais, minha família toda, meus professores e colegas de escola e faculdade, meus parceiros de trabalho, os fornecedores diversos de que tenho que me servir, todo mundo, enfim, com quem me deparei e deparo ao longo da vida, concorrem para definir quem eu sou. Na interação quotidiana ou esporádica com todos, vou me tornando alguém capaz ou incapaz de seguir convivendo com os outros – cedo e teimo, conquisto e afasto, ganho e perco, avanço e recuo, dou e recebo e nessas escolhas e encalacradas vou me tornando o que sou, juntamente com os outros, num fluxo contínuo de determinações múltiplas e entrelaçadas. Entre o egoísmo de Arrigo e o altruísmo de Estela fico eu, um ser nem lá nem cá, pendendo ora pra lá, ora pra cá. Ou seja, um ser indeterminado... que não sabe quem é. Mas que também não encontrou um jeito de se definir de vez, se é que isso é possível. É mais provável que não seja.


Na alegre mesa de bar, dia desses, depois do expediente, com dois colegas de trabalho, algumas cervejas atuando sobre a consciência, depois do lero-lero de rotina, passamos a filosofar, como sói acontecer quando inquietos se juntam e não estão obrigados a nada. Carlitos se pôs a falar, circunspectamente (como qualquer pessoa em início de embriaguês, ao tratar de assunto sério, ou que pretende que seja levado a sério) sobre o “ser do ente”.


– Ser doente? Doente de quê? Tuberculose, esquizofrenia, alcoolismo? – perguntei.


– Não! Ser (espaço) do (espaço) ente. Sãozinho, sem patologia alguma – explicou Carlitos. – Uma coisa é o ser, outra coisa é o ente. Um ente não é um ser. Isso quando se trata do humano, que não é autodeterminado, tem livre arbítrio, não mantém o mundo tal como o recebe.


– Alemão ou grego?  Já que só é possível filosofar em alemão ou grego – interviu o Juca.


– Alemão. Exatamente do cara que disse ser possível filosofar somente em grego ou alemão: Heidegger.


– Tava errado esse cara – ponderou Juca – é possível filosofar em qualquer idioma, desde que haja cerveja na mesa. – Garçom, mais uma!

Pelo que entendi do relato, meio truncado, da leitura de Ser e tempo, que Carlitos nos fez, nenhum homem ou mulher é: vai sendo, o que significa, do início ao fim da vida, uma espécie de inventar-se/reinventar-se e, em meio aos outros todos, inventar/reinventar o próprio mundo. Como coisa que está no mundo, o homem não se distingue da pedra, da árvore ou da marmota (camelo ou girafa, vá lá, para não parecer depreciativo) – é um ente entre outros. Mas, mas... A partir do momento em que pensa, delibera e atua sem que seu futuro (exceto no tocante á morte) esteja pré-definido, passa a ser. Ser, então, não é simplesmente existir: é existir autodefinindo-se nas refregas e festas com os outros.


Opa! Uma luz! Não preciso definir quem sou, assim, definitiva e terminalmente. Basta que eu esboce um resuminho provisório, que combina bem com o ser-aí do tal Heidegger. Que alívio! Mas, espera aí! Nessa história toda tem algo bem definido, que serve para todos: o futuro não é infinito para quem vai morrer, enquanto para o mundo é. Aí está: a morte é uma certeza. Cada ser humano, ao nascer, já tem definido – sem saber quando ou como – seu futuro terminal: o nada, o completo desaparecimento. Então eu sei algo fundamental de quem sou: sou aquele que em breve deixará de ser.


- Memento mori, meus amigos! – gritei quase cuspindo cerveja. Dito em latim, mas não sei não se não é grego; deve ser, lá dos estoicos. – É isso aí, todos morreremos um dia. Não podemos nos esquecer disso. Depois, não mais cerveja, não mais torresmos (Hum! Hoje a Claudete caprichou, hein?), não mais conversa de botequim.


– Pois é, e também não mais correria atrás de entrevistados reticentes e de furos reluzentes, para nós – emendou o Juca.


– Nem essa inquietação maluca aí, de querer responder quem se é, né, ô Miguel?


– Pois é, pois é! Vou ao banheiro e já volto.


A cerveja é uma invenção e tanto. Mexe com o corpo e com a mente. Do corpo faz sair mais vezes a urina, que agora tento dirigir ao vaso sanitário sem emporcalhar ainda mais o cubículo; da mente, este suco de cevada alcoólico faz saírem ideias e raciocínios, que uma vez são, ninguém recupera mais. Este, espero reter. Me ocorre que quem sou é, em boa medida, o que não fui (por escolha ou imposição). Não fui o escritor que almejei até os trinta e poucos anos, a favor do jornalismo. Mas como jornalista, debandei para a editoria de cultura; e ali me tornei o híbrido de hoje: textos meio lá (expressão), meio cá (comunicação). Casei, me separei, não tive filhos – o pai que não sou se arrepende da oportunidade perdida de ter um filho ou filha; e, nisso, minha personalidade se torna incompleta, vagando entre fatos e hipóteses. Sou o não-pai que poderia ter sido pai. Se tivesse sido pai, seria o pai que poderia não ter tido filho. Nunca visitei Budapeste ou Doha – faltam-me estas experiências, o que tem gosto de impotência e reduz minha sensação de possível conquistador; mas conheci Nova York, Macau, Jacarta etc.  Está em mim, enfim, além do que sou, o que eu poderia ter sido e escolhi não ser ou fui impedido de ser; além do que eu fiz, o que eu poderia ter feito. Isso quanto ao passado, na sua relação com o presente. Há também o futuro: ainda me cabem muitas possibilidades, apesar de tantas portas já terem se fechado, a esta altura. O futuro é uma porta aberta para várias possibilidades de ser e deixar de ser. (Tudo isso eu pensei ouvindo um longo jato de urina se chocando com a água do vaso sanitário, interrompido por um incomodado: “Vai morar aí, irmão?”)


– É melhor a gente se contentar com o que tem, Miguel – disse Carlitos me recebendo de volta, aliviado. – Quem eu sou? Ora, o jornalista Carlitos. E não sem esforço para conseguir sê-lo. Ufa!


– Não, Carlitos, eu não sou jornalista, não. Eu exerço esta profissão. Ademais, se eu disser para a moçada mais nova que sou jornalista, vão me perguntar o que é isso, da mesma maneira que perguntariam se eu dissesse ser cornaca ou palafreneiro. Afinal, o que é jornal, hoje em dia?


– Hahaha, verdade! – riu e concordou o Juca. Outro dia o meu tio, criador de canários, reclamou da falta de jornal. Agora ele não tem mais com que forrar o fundo das gaiolas para recolher mais fácil a titica dos passarinhos.


– Que “marvadeza”, Juca! Olhe que há menos de uma ou duas décadas se podia dizer que uma pessoa era alguém se aparecesse no jornal, numa reportagem, entrevista, matéria ou artigo – observou Carlitos. Havia quem dissesse: “Deu no New York Times, então é verdade.” Ou no Hoje, em situações mais modestas...


E eu completei:


– Atualmente existem as redes sociais e toda a parafernália da internet. Não se pode dizer que nesse mundo virtual alguém possa encontrar espaço de autoafirmação: se tudo que sobe, desce, aí isso acontece com uma rapidez vertiginosa. É mais um lugar para não ser que para ser. Entre e a viralização e o cancelamento em massa há uma distância menor que um passo. É mais o local de disfarçar o pouco que se é, que de afirmar o muito que não se costuma ser.


– “Ex-jornalista bomba e lacra como digital influencer”: que tal este título em texto falando de Miguel Arruda no Facebook, no Instagram ou no X? – zombou o Juca e recebeu como resposta meu olhar de completa desaprovação, seguido de uma chapuletada:


– Meu tema é o “ser”, Juquita, não o macaquear uma identidade postiça, não raro, nociva. Quem busca influenciar contribui para o não ser do outro, para que o outro passe longe da “vida autêntica” aí, do Heidegger, como disse o Carlitos. Quem se deixa influenciar são os fazedores de mais do mesmo, os membros da multidão de entes para quem ser é estar e seguir, do modo que tudo está posto. Não que nós, jornalistas, não tenhamos um quê dessa molecagem, da qual, aliás, precisamos lançar mão para prolongar a agonia de nossos – me permitam dizer assim: periódicos.


– Deixa o Juca, Miguel. Ele é novo, ainda, um dia vai aprender. Até já sabe tomar cerveja em boa companhia. Hahaha. Não vamos assustar o menino. Ele tem um blog, ou site (sei lá!) bem legal. Você já viu? O nome é uma beleza: Pó de estrela.


– É só um brinquedo, Carlitos, uma espécie de diário combinado com resenhas das minhas leituras. Para amenizar a secura que é a vida de estagiário no Hoje.


Perguntei o porquê de Pó de estrela. E a resposta veio pronta, porque a pergunta era esperada.


– Ué, não é o que somos? Pó de estrela, filhos do universo. Somos fragmentos de objetos que brilham com uma beleza que não possuem; se vistos de perto, são monstruosos.

Respondo atônito:


– Porra, menino! De onde tirou isso? Onde pretende chegar com essas ideias? Cadê sua namorada? Ou namorado, que seja. Precisa se concentrar em viver, rapaz!

Carlitos riu gostosamente e em seguida silenciou, sorvendo a cerveja geladíssima que o garçom, o Chico, lhe serviu sem que pedisse, conhecedor de suas preferências e regularidades. Depois disse:


– É, meu amigo, filosofia, como poesia, é pra toda idade. Basta não nascer pedra, árvore, bode ou pessoa que se contenta em viver como ente entre os entes. Hahaha.


– Como astronomia – completei. E acrescentei: - Somos um lampejo de consciência, pena que tão curto. As estrelas, pelo menos, são um lampejo de existência, bem mais longo. Delas somos pó, apenas, tem razão o Juca.


O menino encerrou com esta:


– O Juca tem razão, a estrela não. Até rimou, né? Hahaha. E juntou de uma só vez astronomia, filosofia e poesia, hein Carlitos? Gosto de ser pó e não estrela. É o meu jeito preferido de ser deus. Já leram Espinoza? (Eu já! – pensei satisfeito, sem dizer.)


Olhei pro Carlitos, fiz uma careta de aprovação admirada e ele respondeu com outra igual, erguendo o copo com largo colarinho branco para um brinde. Brindamos, bebemos e pedimos ao Juca que nos falasse sobre o Deus de Espinoza, enquanto esperávamos, famintos, pelas porções de isca de pintado e de pasteizinhos de carne, de palmito e de queijo. A noite (que é uma criança, pouco mais nova que o Juca, e talvez tão sábia como o Baruch, polidor de lentes punido com chérem) foi longa. A lua cheia – uma Lua sem razão – não se contentava em permanecer no céu límpido e estrelado, embelezando-o misticamente: andava pelas ruas movimentadas da sexta-feira, concorrendo com os faróis dos carros e luminárias dos postes, e entrava pelas portas e janelas amplas do bar-restaurante da esquina frontal à praça da igreja.

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