Valdemir Pires
Da gestão orçamentária à cronoeconomia
Atualizado: 22 de abr.

(Texto de estreia da newsletter Cronoeconomia no LinkedIn)
Você assinou a minha newsletter "Orçamento Municipal" e está agora recebendo a minha newsletter "Cronoeconomia", que estreia com esta mensagem, que serve como convite para que se mantenha acompanhando minhas publicações mensais aqui no LinkedIn. Mas o que aconteceu? Sinto-me na obrigação de explicar, mesmo àqueles que deixarão de me acompanhar.
Dediquei-me à temática orçamentária e das finanças públicas por quase trinta e cinco anos, lecionando no ensino superior, pesquisando, publicando alguns livros e centenas de artigos (técnicos e de opinião), ministrando palestras e conferências, atuando profissionalmente na esfera municipal. Dessa longa experiência prática e reflexiva carrego, primeiro, um conjunto de conhecimentos, singular pelo fato de combinar teoria e vivência, economia e política (o que me permite transitar na área orçamentária com desenvoltura e potencial para auxiliar quem necessite e demande); segundo, uma percepção entristecedora: ao longo de três décadas, muita coisa mudou (principalmente em termos legais e tecnológicos) na área orçamentária municipal, mas para tudo continuar como antes: governos locais gerindo o dinheiro público sem o necessário zelo técnico, fazendo uso do orçamento como mera formalidade diante das instâncias de controle e, pior, com muito poucos agentes públicos (políticos ou funcionários de carreira) percebendo este grave erro ou, no mínimo, distorção.
Está longe o dia em que, no Brasil, as prefeituras entenderão e praticarão a orçamentação como técnica de gestão dos recursos financeiros que permite, a um só tempo, ligar meios (dinheiro obtido principalmente com tributos e transferências intergovernamentais) a fins (funções estatais e objetivos governamentais) e organizar a equipe de governo e o funcionalismo para decidir e implementar, de maneira planejada e sistematicamente monitorada, as políticas públicas demandadas pela população. Mesmo distante, espero que este dia chegue. De minha parte, não desisti de contribuir para que assim seja - apenas estou deixando de fazê-lo por entender que, neste campo, a minha missão está cumprida (fiz o que pude, da melhor maneira que consegui: estão aí textos e um ou outro discípulo que, de algum modo, dão continuidade ao que foi iniciado).
Resta-me agora menos tempo de vida para dedicação a outros problemas e questões. Menos tempo. Tempo: este, agora, o meu tema, com o mesmo afinco aplicado ao tema orçamento. Tempo sob as luzes da filosofia, da ciência, da literatura (e de outras artes) - daí a minha trilogia "Tempo" (2020, 2021, 2022) e os meus futuros livros "Imagens do Tempo" (2023) e "Faces do Tempo" (2024 ou 2025). Daí, também o meu livro "Gestão do Tempo Pessoal" (2021), que é a fonte primeira desta minha nova newsletter, chamada "Cronoeconomia": economia do tempo, entendido, por um lado, como recurso, mas por outro lado, como vida, vida que não pode ser vivida apenas na condição de recurso...
É preciso repensar o tempo para reencontrar o tempo como duração da vida e fugir do tempo como meras horas passíveis de venda para obtenção de meios para viver (e viver apenas para vender as horas úteis). Sem esse repensar o tempo, como enfrentar o mundo novo já engendrado pelas tecnologias poupadoras de mão de obra que farão surgir não um enorme "exército industrial de reserva" (como dizia Marx), mas sim uma nova categoria de seres humanos - os inúteis categorizados por Yuval Harari ( https://epocanegocios.globo.com/.../uma-nova-classe-de...)?
Em sua nova fase, pretendo, nesta newsletter, contribuir para esta reflexão. Também o meu site ( https://www.valdemirpires.com/) está sendo reelaborado na mesma direção.
Fique à vontade para manter-se como assinante da minha newsletter ou para desligar-se. De minha parte, será uma honra e uma alegria ter você junto nesta nova empreitada.